Quando um trabalhador é contratado por uma empresa, é seu direito receber todos os benefícios e remunerações acordadas. Entre esses benefícios está o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é uma poupança obrigatória para todos os trabalhadores com carteira assinada.
O FGTS é um direito garantido por lei e tem como objetivo proteger o trabalhador em casos de demissão sem justa causa, doenças graves, aposentadoria, entre outros. Além disso, o FGTS também pode ser utilizado para a compra da casa própria, pagamento de dívidas ou em situações de emergência.
No entanto, nem sempre as empresas cumprem com a obrigação de depositar o FGTS corretamente. Quando isso acontece, o trabalhador pode tomar medidas legais para garantir seus direitos, incluindo a rescisão indireta do contrato de trabalho.
O que é a rescisão indireta?
A rescisão indireta, também conhecida como justa causa do empregador, ocorre quando o empregador comete uma falta grave que inviabiliza a continuidade do contrato de trabalho. Essas faltas podem incluir atraso no pagamento de salários, falta de pagamento de benefícios, assédio moral, entre outros.
No caso específico do FGTS, o atraso no depósito é considerado uma falta grave e pode ser motivo para a rescisão indireta. Isso ocorre porque o não pagamento do FGTS é uma violação direta dos direitos do trabalhador e pode prejudicar sua segurança financeira e futuros direitos trabalhistas.
Como proceder em caso de FGTS atrasado?
Se o trabalhador constatar que seu FGTS não está sendo depositado corretamente, é importante seguir os seguintes passos:
- Reunir todas as provas: é fundamental ter em mãos documentos que comprovem o vínculo empregatício, como contratos de trabalho, holerites e extratos bancários.
- Notificar a empresa: o trabalhador deve comunicar formalmente a empresa sobre o atraso no depósito do FGTS, por meio de uma carta registrada ou e-mail, solicitando a regularização da situação.
- Buscar orientação jurídica: caso a empresa não regularize a situação, o trabalhador deve procurar um advogado especializado em direito trabalhista para orientá-lo sobre os próximos passos.
- Entrar com ação judicial: se todas as tentativas de solução amigável falharem, o trabalhador pode entrar com uma ação judicial para garantir seus direitos. Nesse caso, é importante ter em mãos todas as provas e documentos que comprovem o atraso no pagamento do FGTS.
Consequências para a empresa
A rescisão indireta pode trazer sérias consequências para a empresa. Além de ser obrigada a pagar todas as verbas rescisórias devidas ao trabalhador, a empresa também pode ser condenada ao pagamento de multas e indenizações por danos morais.
Além disso, a empresa pode sofrer sanções administrativas, como a inclusão no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), o que pode dificultar a obtenção de créditos e contratos com o poder público.
Conclusão
O atraso no depósito do FGTS é uma falta grave por parte do empregador e pode ser motivo para a rescisão indireta do contrato de trabalho. É importante que o trabalhador esteja ciente de seus direitos e tome as medidas legais necessárias para garantir o recebimento de todos os benefícios e remunerações acordadas.
Em caso de FGTS atrasado, é fundamental reunir provas, notificar a empresa, buscar orientação jurídica e, se necessário, entrar com ação judicial. A rescisão indireta pode trazer consequências sérias para a empresa, que pode ser obrigada a pagar verbas rescisórias, multas e indenizações.
Portanto, é fundamental que as empresas cumpram com suas obrigações trabalhistas, incluindo o correto depósito do FGTS, visando o bem-estar e a segurança financeira de seus funcionários.